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  • Foto do escritorLuiz Gustavo

Fim dos boatos? Robô do WhatsApp vai desmentir fake news

Depois de ter se tornado uma plataforma repleta de desinformação, o WhatsApp ganhou nesta terça-feira (4) uma ferramenta para perder a má fama. O aplicativo de mensagens agora conta com um um robô de conversas para checar se aquela "notícia" que chegou no grupo da família, ou do trabalho, é falsa ou enganosa. O recurso é produzido desde o começo de maio pela IFCN (Rede Internacional de Checagem de Fatos, da sigla em inglês) e estava disponível em mais de 70 países em inglês, espanhol e hindi. Agora é a estreia da versão em português, em parceria com o Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS Rio)


A ferramenta atende apenas casos de boatos relacionados à pandemia do coronavírus. A proposta da IFCN é que no futuro o robô atenda outros tipos de dúvidas.

Para usar o serviço, que é gratuito, você precisa antes de tudo gravar o número +1 (727) 291 2606 na agenda do celular. Isto feito, basta mandar um "oi"que o chatbot vai iniciar uma conversa em português. Ele sugerirá, principalmente: A busca por uma checagem específica; A apresentação das checagens mais recentes; e Dicas de como combater a desinformação. Há também outras opções para obter informações sobre a própria IFCN, a privacidade do serviço e uma maneira de alterar o idioma do robô. Para ativar as funções, você deve selecionar o número indicado. No caso da busca por uma checagem específica, é necessário apenas escrever "1".


O chatbot vai explicar como fazer a busca, que pode ser feita a partir de uma simples palavra-chave ou de perguntas.

O robô chega com exatas 2.260 checagens em português. Este material foi produzido por 24 organizações que fazem parte da rede internacional de verificadores de fatos, sendo quatro delas brasileiras e duas portuguesas. Conteúdos feitos por entidades de países de língua espanhola, mas relevantes para seus vizinhos que falam português, também foram traduzidos para aumentar o banco de informações.

Uma questão apontada por especialistas é que serviços como Facebook, Twitter, Instagram e WhatsApp não consomem a franquia dos planos de dados oferecidos pelas operadoras de telefonia. Para eles, este fator facilita a disseminação de desinformação. Enquanto o uso destes apps é gratuito no plano de celular, checar no navegador se a informação divulgada no grupo da família é verdadeira consome a franquia de dados. Daí o problema se forma: a informação que chega pelo aplicativo muitas vezes é a única que o usuário tem acesso.


O chatbot da IFCN quebra essa lógica ao apresentar os fatos verificados direto como mensagem. Em vez de simplesmente dar o link para uma notícia, o sistema traz o boato, indica o grau de veracidade do mesmo e dá a explicação dos problemas daquele conteúdo. A base de dados de checagens sobre o coronavírus começou a ser montada em janeiro e a demora para uma versão em português do robô teve relação com as particularidades regionais.


O robô funciona no WhatsApp, mas é da IFCN. Entretanto, o desenvolvimento do chatbot está ligado à relação entre a empresa e a organização. Em março, a pandemia começou a atingir com força países além da China. Este período ficou marcado por um pico de checagens sobre desinformação relacionada à pandemia, o que fez com que Facebook e WhatsApp procurassem a IFCN em busca de soluções para mitigar os danos dos boatos que se espalhavam em suas plataformas.


O WhatsApp, então, fez um aporte de US$ 1 milhão na IFCN, que usou estes recursos para pagar o desenvolvimento dos robôs em inglês, espanhol, hindi e português, além de bancar o trabalho de acadêmicos que avaliaram a base de dados levantada desde janeiro pela rede. A IFCN pretende melhorar sua ferramenta para além da identificação de mensagens de texto. A ideia é que o robô consiga receber foto e até vídeo dos usuários para buscar por checagens sobre esses conteúdos.


A diretora-adjunta do IFCN acredita, no entanto, que novas maneiras de enganar surgirão com o tempo —cada uma com sua particularidade. Com a covid-19, vieram falsos PDFs que fingiam ser trabalhos acadêmicos; nas eleições,acredita que áudios de WhatsApp com imitações de candidatos serão a nova moda dos desinformadores. A solução? "Tem que virar hábito consultar o checador. Chega de manhã, abre o menu das duas últimas checagens. Para já ir pro Facebook e Twitter com sua blindagem", conclui.


Fonte:Uol

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